terça-feira, 9 de agosto de 2011

PROFESSORES ESTADUAIS E GOVERNO ESTÃO LONGE DE NEGOCIAÇÃO

De um lado, os professores alegam que a proposta do governador Cid Gomes (PSB) significa uma destruição para a categoria. De outro, o chefe do Executivo estadual diz que a greve é "postura extrema" dos professores


Estudantes aproveitam o tempo livre das aulas para jogar vôlei na quadra da escola (FOTO GABRIEL GONÇALVES
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Estudantes aproveitam o tempo livre das aulas para jogar vôlei na quadra da escola 
(FOTO GABRIEL GONÇALVES) 

Com adesão variando entre 70% e 100% nos municípios de todo o Ceará, a greve dos professores da rede pública estadual continua e as negociações entre a categoria e o Governo do Estado não avançam. O levantamento parcial, divulgado no início da noite de ontem, é do Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc), que comanda a greve no interior e na Capital.

Enquanto a categoria se diz “destruída” pela proposta apresentada no último dia 28 de julho pelo governador Cid Gomes (PSB), o chefe do Executivo estadual alega que a greve dos professores é uma “postura extrema”. “Ao meu juízo (greve) é justificável quando não há diálogo, quando não há entendimento. Não tem sido essa a postura do Governo do Estado”, afirmou, ontem, o governador, na cerimônia de inauguração da nova sede do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), no Cambeba.

Ele acrescentou que o seu governo, desde o início, tem procurado pautar a relação com os servidores públicos na base do diálogo, “que não quer dizer, necessariamente que todas as demandas, todas as reivindicações, sejam atendidas. Diálogo, negociação, é você ver até onde pode ir e o outro ceder também de alguma forma. Então, é quando ambos cedem, quando ambos concedem”, disse.

O governador também anunciou que só encaminharia a mensagem que traz o novo plano de carreira da categoria à Assembleia Legislativa se houvesse “entendimento”. No último dia 28 de julho, no entanto, Cid havia dito que encaminharia a mensagem ainda na semana passada, quando voltaram as atividades legislativas, atitude que acabou gerando indignação nos professores.

O presidente do Sindicato Apeoc, Anízio Melo, acusou o governador de ser “o único responsável pelo início da greve” e destacou que, ao contrário do que Cid vem afirmando, os professores não estão à procura de reajuste salarial, mas sim “da instalação da lei do piso e da readequação do plano de carreira da categoria”.

Enquanto isso...

Na Escola Estadual Clóvis Beviláqua, no Centro de Fortaleza, os professores decidiram adotar a greve branca, ou seja, continuam dando aula, mas, estão liberando os alunos mais cedo das atividades em sala.

Alguns estudantes aproveitam a saída antecipada para jogar vôlei na pequena quadra da escola. “Antes, a gente só jogava um pouquinho. Agora tem mais tempo, né?”, disparam os alunos do 2º ano do colégio, entre uma jogada e outra.

Apesar de gostarem da brincadeira, eles temem que a greve geral chegue à escola. Para o aluno Carlos Augusto Marques, 17, “do jeito que a greve está, está bom. Mas se houver greve geral vai prejudicar a gente, porque vamos terminar o ano letivo muito tarde”. (Colaborou Marcela Belchior)

Quando

ENTENDA A NOTÍCIA

Desde a última sexta-feira, os professores estaduais entraram em greve em todo o Ceará. Hoje, a partir das 15 horas, o comando de greve se reunirá no Sindicato Apeoc para definir o destino da paralisação.

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