terça-feira, 13 de setembro de 2011

O GOVERNO DE UMA ETERNA MÁGOA*

Esse homem por sobre quem caiu a praga: 
O mau governo de um homem que é triste 
Para todos os séculos existe 
E nunca mais o seu pesar se apaga! 

Não crê em nada, pois, nada há que traga 
Consolo à Mágoa, a que só ele assiste. 
Quer resistir, e quanto mais resiste  
Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga. 

Sabe que sofre, mas o que não sabe 
É que essa mágoa infinda assim, não cabe 
Na sua vida, é que essa mágoa infinda 

Transpõe a vida do seu corpo inerme; 
E quando esse homem se transformar em verme  
É essa mágoa que o acompanhará ainda!

*Variação sobre o Soneto de Augusto dos Anjos

Nenhum comentário:

Postar um comentário